Sentimentos de Comparação e Insuficiência na Comunidade LGBTQIA+ Como a Terapia Pode Ajudar
Este texto fala sobre os sentimentos de comparação e insuficiência na comunidade LGBTQIA+.

Autora: Psicóloga Raíssa Ayres de Morais
É muito comum que pessoas da comunidade LGBTQIA+ se sintam, em algum momento, insuficientes ou presas em comparações com outras pessoas. Seja em relação ao corpo, à carreira, aos relacionamentos ou à forma como expressam sua identidade, a sensação de "não estar à altura" pode aparecer com frequência, e ela raramente vem sozinha. Culpa, vergonha, medo de rejeição e a ideia de que é preciso “provar algo” para ser aceito costumam caminhar junto com esses sentimentos.
Mas de onde vêm essas comparações?
Vivemos em uma sociedade que, por muito tempo (e ainda hoje), inviabiliza, marginaliza ou cobra demais das pessoas LGBTQIA+. Isso cria um senso de urgência para "dar certo", conquistar aceitação, e muitas vezes, para "compensar" por simplesmente existir fora da norma. Redes sociais também alimentam um ideal de vida perfeita, fazendo com que o sucesso, o amor e a autoestima de outras pessoas pareçam inalcançáveis, especialmente quando não nos vemos representados ali de forma genuína. Com isso, é fácil cair na armadilha de achar que está todo mundo "na frente", "melhor resolvido", ou que "não sou bom o suficiente". Esses pensamentos não só afetam a autoestima, como também podem gerar ansiedade, depressão e isolamento.
E é aí que a terapia pode fazer diferença.
A psicoterapia é um espaço seguro para que você possa se escutar com mais gentileza, entender as raízes desses sentimentos e construir uma narrativa mais saudável sobre quem você é. Um processo terapêutico acolhedor e afirmativo ajuda a desconstruir padrões que foram impostos ao longo da vida e fortalece a autoestima a partir da sua própria história, dos seus desejos e valores, não da expectativa dos outros.
Na terapia, você pode:
- Identificar os gatilhos da comparação e da sensação de insuficiência;
- Entender como experiências de discriminação e exclusão impactam sua saúde mental;
- Trabalhar a autocompaixão e a autenticidade;
- Construir relações mais saudáveis com você mesmo e com o mundo.
Se você tem se sentido assim, saiba: você não está sozinho(a). Existe um caminho de cuidado possível, e você não precisa trilhar isso sozinho. Nossa equipe está aqui para te acolher, com respeito, escuta e empatia. Você merece viver com leveza, pertencimento e verdade. E a terapia pode ser um importante passo nessa direção.